Desconstruindo Noel

Ou "A lenta desconstrução de um mito natalino":

Levei os pequenos ao shopping Alto Palermo para entregar a carta ao Papai Noel. A fila era muito grande. E claro que não encaramos. Fomos tentar dar um tchau para o bom velhinho e a cartinha ficou na bolsa para uma outra oportunidade. Quando viu Noel mais de perto, meu filho, que completou seis anos há pouco tempo, veio com essa:

- Esse Papai Noel não é de verdade.

- Como não?, perguntei.

- Só a barba é de verdade. E aí ele colocou uma roupa vermelha. Acho que não acredito mais em Papai Noel.

- Não?!?!?!?!, disse eu um tanto frustrada, quase triste, pensando que o tempo passou muito rápido e que meu pequeno já é um rapaz.

- Não, devolveu ele com muita firmeza.

- Então por que essa pessoa estaria aí vestida de Papai Noel no meio de um shopping cheio de gente?

- Para fazer as pessoas felizes, disse ele sem pestanejar.

- Então, quem daria os presentes de Natal para as crianças?-, tentei mais uma vez.

- Os duendes. Eu acredito em duendes.

Aaaaah! Que alívio. Ainda não foi desta vez! Meu grande pequeno! E aí seguimos para a brinquedoteca.